O verdadeiro oposto ao Amor

O oposto ao amor não é o ódio, como alguns são levados a pensar. O oposto ao amor é a indiferença. O amor está além de um sentimento. O amor é um estado de consciência. Ele é aquilo que preenche o ser, mental e emocionalmente. O amor cria, congrega, atrai, forma e conforma... transforma! No cuidado, na adubação, no regar está o amor. É a reunião de elementos naturais para o crescimento e evolução.

O ódio repele. Porém, o ódio repele sem desagregar; não há uma repelência intrínseca, de fato. Nele está a ligação com o objeto do ódio. Logo, o ódio acaba unindo o odiador ao odiado. Todo ódio é o amor visto pelo lado da sombra de quem o sente. Mas, por si só o ódio não é suficiente para desagregar. Ele pode incitar o distanciamento, mas não a desagregação. Pode gerar um maior distanciamento, com com forte ligação psíquica, mental, emocional. De tal modo que o odiador está sempre conectado ao odiado, mesmo que a milhares de quilômetros de distância.

Já a indiferença, esta sim, pode desagregar. E, portanto, seria o oposto ao amor. Se uma amizade, relação, etc. torna-se indiferente para uma pessoa, ela tende a se desfazer; logo, desagregar. Se não se nutre o cuidado, a adubação e o regar por algo torna-se indiferente a ele; então, não se cultiva o amor. 


Amar é cultivar uma energia de atração, de união, ao mesmo tempo que visa promover uma evolução, mesmo que a milhares de quilômetros de distância. E até, através de outros planos de vida.

O amor está muito além, portanto, das demonstrações afetivo-emocionais ou simples uso de palavras padrão de tratamento, sem o devido sentimento correspondente.

Mas, o mais importante eu ainda não escrevi...

Existe um sentimento que permeia tudo isso. Ele só é vencido pelo amor. 


É quando o amor não é suficiente, refiro-me ao amor próprio, o primeiro a ser cultivado e o mais negligenciado nos dias de hoje, como ia dizendo, aquele sentimento domina toda a vida humana. Quando não existe o amor suficiente na vida de um ser humano o medo é quem domina.

Domina as decisões. Domina as relações. Domina as palavras. Dominas até os pensamentos.


Não existe o vácuo no Universo. Tudo é preenchido com o Amor. Sem amor, há o medo.

Observe. 

Observe as nações. Observe os políticos. Observe as formas como são escritas as leis humanas. Observe seu professor, sua professora. Observe seus pais, suas mães, sua família. Observe seu gerente, seu supervisor. Observe seu marido, sua esposa, seu namorado, namorada, seus filhos, filhas. Apenas observe todos eles.

Eles agem com o coração cheio de amor ou cheio de medo?

- "Se você fizer isso, farei aquilo!"

- "Se aconteceu isso, então é porque você é aquilo!"

- "Eu só farei se você também fizer..."

- "Eu não tenho paciência pra isso...

- "Mas eu faça tanto pelos outros e ninguém reconhece isso?"

Todas são palavras oriundas de pensamentos onde o medo permeia. As pessoas nem se dão conta disso. Falam assim o tempo todo e acham que é normal. 

Não é normal.

A sociedade está decaindo por causa do medo; por falta de amor, ou melhor, de cultivar o amor em tudo. Pois, não falta amor na humanidade. Falta, sim, o cultivo dele. O amor está aí, em tudo; na natureza, no universo inteiro, num olhar de uma mãe para o seu filho no berço, numa ajuda humanitária em desapego, em não julgar ninguém, nem nada, pelo seu comportamento (mesmo que em desacordo), em compreender que tudo é polar, tudo tem dois polos na vida, em prestar um favor sem exigir ou esperar nada em troca no futuro, em ter paciência para com tudo e todos. O amor está no silêncio, na pausa, na quietude. Até no ódio está o amor, como eu já expliquei anteriormente.

O mundo materialista e competitivo, do jeito que está, não é um mundo onde cabe o amor. Um deles vai cair. Isto é uma certeza universal, contrariando toda a teoria da relatividade do querido Einstein. Porque tudo é relativo, menos o Amor verdadeiro. Este não cai, não se relativiza. Portanto, se ele não cai é outra coisa que está caindo...

Fazer o bem por amor ao bem. A verdade por amor à verdade. Fazer desinteressadamente, sem esperar recompensa alguma, pois o amor não exige recompensa. Se se espera por ela, não é amor.

O grande erro da humanidade foi ter relativizado o Amor para amor.

A Amor está aí. Sintamo-lo no silêncio e cultivemo-lo!

Compartilhe:

Texto de autoria de

Kenio Nogueira

Escritor, poeta e autor do blog Novelas do Kurushetra.

Seja um assinante VIP de nossas publicações. Cadastrando seus dados terá acesso prioritário e descontos em cursos.

Leia também:

Siga-me

Joinville, Santa Catarina, Brasil.