Texto inspirado na frase: “A vida está na morte.” – Henrique J. de Souza.
Para que exista vida é preciso que haja morte.
Tudo nasce da morte aparente das coisas para viver na aparência da vida. E assim vai a humanidade vivendo... na morte, iludida... na vida.
Você mata o alimento que come... duas vezes.
A primeira para comer, para transformar a vida na natureza num prato à mesa.
A segunda morte deste “alimento” é a sua digestão. Um dispêndio colossal de energia para manter o corpo vivo... e morrendo a cada dia. Tubos e mais tubos (que podiam dar a volta ao mundo), esôfago, intestinos, órgãos, glândulas, etc. preparados para (?) digerir... matar pela segunda vez o que já era cadáver. Desta vez morrem as gorduras, proteínas, ácidos graxos, açúcares, etc. dentro de você; só para que você possa viver!
Todo esse trabalho da natureza... e há seres que não sabem viver.
A vida está na morte.
O vegetal alimenta-se do reino mineral. A terra (em decomposição) tem seus humores, água e sais minerais constantemente sugados pelos seres verticais que brotam da mesma. Fincam suas raízes o mais profundamente que podem e de lá sugam o que conseguem. Vivem assim. E, com isto, produzem belos aromas, perfumes, flores e frutos. Estes são a verdadeira vida.
Já os animais, matam os seres do reino vegetal e os do seu próprio reino para que possam viver. É o canibalismo “reinante”.
Doces e vívidas abelhas... que se alimentam apenas do néctar das flores, sem matá-las. Não matam para viver. Vivem da vida. Abelhas são seres de Vênus... do Amor.
Já as formigas... matam o que encontram pela frente. Vivem da morte (como a maioria dos seres). Formigas são seres de Marte... da Guerra... da destruição.
Há muitos “homens-formiga” no mundo. Cuidado, pois há guerras de armas e há guerras de coração (onde as guerras armadas têm sua origem). A maior parte das pessoas fala em paz, diz que deseja a paz. Mas trazem no coração o gérmen da destruição. Propagam em seus pensamentos, palavras e ações dirigidas para a incitar a guerra e o ódio; ou seja, a competição para a destruição da vida. Sem o saber, estão trabalhando para a própria destruição. Cedo ou tarde eles mesmos serão destruídos pela sanha cármica de um câncer, de uma solidão, de uma depressão, uma síndrome qualquer, um acidente, etc. Sem o saber eles estão caminhando mais rapidamente para a própria morte... contribuindo para uma nova vida mais adiante. Pois de suas mortes surgirão mais vidas... Uma dessas ironias da sabedoria natural.
E os pássaros? Ah, doces e leves pássaros... que se alimentam dos frutos, oferecidos como dádivas preciosas pela natureza. Vivem da vida. Esses também não matam para viver; salvo aqueles denominados “aves de rapina”.
Já que falamos em rapinas, e os homens?
Os seres do reino hominal matam os animais, os vegetais e os minerais para viver. Vivem da morte.
Mas, para que exista uma vida equilibrada é preciso que haja a morte da mesma forma. O universo pulsa a partir do equilíbrio entre essas duas forças: centrípeta (atração, coesão) e centrífuga (dispersão, desagregação).
A vida só existe a partir da morte. Esta é necessária para gerar mais vida. Grandes mortes coletivas... abalos, “desastres” naturais ou gerados pelos homens... a morte... só nos faz esperar por uma Grande Vida que aí vem pela frente. Resta, aos mais inteligentes, “adivinhar” quando será, exatamente.
Saber morrer é saber viver.
A morte é a dissociação. A morte é a degradação. A morte é o apodrecimento das coisas, a decomposição do que quer que seja ou exista.
A morte é a desintegração.
A morte de uma vida.
A morte das nações.
A morte dos sistemas.
A morte do caráter humano.
Para que nasça...
Uma Nova Vida.
Uma Nova Nação.
Um Novo Sistema.
Um Novo... Homem.
Texto de autoria de
Kenio Nogueira
Escritor, poeta e autor do blog Novelas do Kurushetra.
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